segunda-feira, 29 de abril de 2019

CRÔNICA DO RODRIGO


A LIÇÃ0
Rodrigo Pedral Marques
         Era domingo. Eu tinha acordado sabendo que teria de fazer vários deveres de casa, mas não queria fazê-los.
         Pensei na possibilidade de deixar para depois, mas se deixasse eu teria de fazer tudo segunda de manhã e certamente não conseguiria terminar.
         Para me obrigar a fazer a lição, decidi que não ligaria o computador enquanto não terminasse meus deveres, pois pensei que iria querer jogar logo e por isso faria tudo de uma vez.
         Várias horas se passaram desde a minha decisão. Era fim de tarde, chamado por alguns de crepúsculo, e não havia sequer começado meus deveres. Sabia que mesmo se eu proibisse a mim mesmo alguns métodos de procrastinação, como meu computador e meu celular, procuraria outros.
         No final do ano letivo de 2017, peguei algumas recuperações finais e meus pais ficavam pegando no meu pé toda hora para que eu estudasse. Neste método usado pelos meus pais, teria meus eletrônicos confiscados pelos mesmos e, na cabeça deles, sobraria apenas uma coisa para eu fazer: estudar.
         O problema dessa tática era que eu não queria estudar de forma alguma e acabei desenvolvendo diversos métodos de procrastinação sem precisar dos meus eletrônicos.
         Neste caso, acabei burlando a mim mesmo usando estes mesmos métodos nestes deveres de casa.
         Já era noite, para ser mais exato dez horas da noite e não havia sequer começado. Eu havia me colocado em uma situação de desespero e finalmente comecei a fazer.
         Era segunda de manhã, tinha feito uma parte das lições, mas não tinha chegado perto de acabá-las. Eram oito horas da manhã e tinha acordado pois tenho terapia até as dez toda segunda.
         Voltei desta terapia e estava com um gás para fazer o máximo de deveres possíveis naquelas duas horas e mesmo que eu não tenha conseguido termina-los neste tempo fiz o texto que você acabou de ler.
         O que mais me impressiona com essa história que vivenciei é que mesmo se eu (não sei se as outras pessoas também) precise fazer alguma coisa, mesmo se for obrigatória, sempre busco me divertir.